Bom, como prometido, aqui vai a opinião do baixista da Game Over Riverside sobre cantar em inglês. Antes quero pedir desculpas por prometer um artigo, não é bem um artigo e eu não sou e nem quero bancar um jornalista. Trata-se apenas de uma impressão que quero registrar. Pense em algumas das principais figuras da cultura baiana convencional: Caetano Veloso e Jorge Amado já bastam. Não preciso nem citar as experiências do primeiro com músicas suas e de outros na língua franca (é como chamam uma língua que seja padrão universal, o francês já teve sua vez e atualmente o inglês domina). O que me interessa é denotar que a baianidade descrita por Jorge Amado em seus livros, sem querer entrar no mérito da questão, quando chega para outros países é traduzida no idioma local, seja ele chinês, russo ou...inglês. Lembro de uma entrevista do David Bowie falando que não conhecia música brasileira, mas que já havia lido Gabriela. Bom, se você pensa que estou querendo justificar o uso do inglês em nossas letras como uma tentativa de divulgar o brasil lá fora, está muito enganado ou enganada pois cantar em inglês não tem justificativa e bem ou mal, o Brasil já tem quem o divulge, não está entre as propostas da banda isso! Apenas levamos a onda em inglês como uma opção estética, trabalhando em cima da cultura norte-americana a partir de nossa visão brasileira. Eu diria que não cantamos, mas sim, tocamos em inglês! Resumindo, nosso som soa melhor na língua do Bush! È claro que sabemos das bandas que ocultam letras ruins através do inglês, também sabemos dos problemas de sotaque (aliás, tanto Raul Seixas como Caetano Veloso fizeram questão dele em suas incursões no idioma bárbaro!). Contudo, acreditamos que toda essa tosqueira seja bem adequada ao som que fazemos, talvez nossa seriedade de amadores esteja aí. Pra terminar, nada do que eu disse vai fechar essa questão, nada justifica, apenas ouça, ame ou deixe. Fiquem na boa! Cidade Essa foi sem som, meu headphone deu tilt!